Olímpia mira investimentos em atrações secas e prevê aeroporto internacional até 2025

Com a quinta maior rede hoteleira do Brasil, Olímpia espera bater recorde de turistas no Verão 2022

Quando a Petrobras não encontrou petróleo em Olímpia, na década de 1950, não imaginava que isso mudaria os rumos da cidade. Apesar da exploração frustrada, a empresa descobriu que o município abrigava, a mais de mil metros de profundidade, águas termais, com temperaturas que atingem de 25°C a 40°C.

Sete décadas depois, o verdadeiro tesouro de Olímpia não é a substância oleosa, mas as águas do Aquífero Guarani, que fizeram a cidade do Noroeste Paulista tornar-se famosa no mundo por abrigar o Thermas dos Laranjais - parque aquático mais visitado do Brasil e da América Latina, com 922,5 mil pessoas em 2020 e 1,8 milhão de 2019, ano sem pandemia. “Era a cidade da citricultura que virou um distrito turístico mundial”, lembra o presidente do parque aquático, Jorge Noronha.

Parque que atraiu novos investimentos e fez Olímpia tornar-se a quinta maior rede hoteleira do Brasil, superada apenas por grandes cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Seguro e Salvador. “Os projetos que pretendemos implantar na cidade, em parceria com a iniciativa privada, mostram que podemos passar Salvador e se tornar a terceira maior rede hoteleira do Brasil nos próximos anos”, prevê o prefeito de Olímpia, Fernando Cunha.

E para atrair mais que os 3 milhões de turistas que a cidade recebe anualmente, Olímpia mira investimentos em “parques secos”, nos moldes dos encontrados em Orlando, nos Estados Unidos. “Queremos atrair um grande parque seco, nos moldes do Beto Carrero ou dos parques da Disney. Queremos fazer o turista ficar na cidade”, destacou Cunha.

Segundo o prefeito, nos próximos anos, a cidade deve lançar três novos parques aquáticos, nos moldes do Hot Beach, e um seco. “Em média, o turista fica quatro dias na cidade. Queremos ampliar essa estadia. Ele pode ficar nos parques aquáticos e visitar as atrações secas, que podem receber até um milhão de turistas no ano”, diz o prefeito.

A pretensão de se tornar uma espécie de “Orlando brasileira” já é realidade em Olímpia. A cidade se tornou o primeiro distrito turístico do Estado de São Paulo - medida que permite maiores investimentos estatais na Estância Turística. Além disso, no ano que vem, o município deve ganhar o primeiro outlet do Noroeste Paulista, com 100 lojas e cinco salas de cinema.

No entanto, o projeto que prevê turbinar o turismo da cidade é a construção do primeiro aeroporto internacional regional. O local que já conta com autorização do governo federal será maior que o de Rio Preto, com 2.250 metros de comprimento por 45 metros de largura.

“Nós somos essencialmente um destino regional de turismo. A implantação do aeroporto internacional visa transformar Olímpia num destino nacional e latino-americano. A gente não prevê trazer europeu ou norte-americano, mas argentino, chileno, colombiano e uruguaio”, destacou o prefeito.

Na mesma direção, o Thermas dos Laranjais, parque que potencializou o crescimento de Olímpia, também prevê novos investimentos na cidade. Além de novas atrações, o presidente do parque conta que a equipe planeja um novo empreendimento em que o turista possa imaginar estar em Capitólio (MG) ou Bonito (MS) – famosas pelas atrações naturais.

“Vamos criar um outro parque aquático mais voltado para a natureza. Nossa ideia é não utilizar concreto. Um lugar onde o turista possa fazer trilha, frequentar cachoeiras. Será um parque diferente, é isso que buscamos”, contou Jorge.

Outro parque que também pretende expandir as suas atrações é o Complexo Hot Beach. O parque aquático foi inaugurado em junho de 2017 e é atualmente o nono mais visitado da América Latina. “Com a ampliação que está em andamento (novas piscinas e atrações), a capacidade do parque aquático aumentará em 40%, passando de 8 mil pessoas diariamente para 12 mil pessoas", contou Marcos Bittencourt, gerente Comercial MICE do Grupo Ferrasa - empresa que detêm o domínio do Hot Beach Parque & Resort.

O grupo também pretende inaugurar novas piscinas e um Bar Molhado com uma grande piscina dividida em dois níveis e área para DJs e apresentações musicais.

Outras atrações                                                                  

Ao andar por Olímpia, não é difícil de ver novos empreendimentos imobiliários pela cidade, que até três décadas atrás era pouco conhecida nacionalmente.

A cidade, que encontrou no turismo a força da sua economia, cresceu através de parcerias com a iniciativa privada. “O aeroporto será mais uma. Pretendo no ano que vem licitar a obra e, com a concessão, iniciar para que entre 2024 e 2025 possamos ter os voos internacionais em Olímpia”, disse o prefeito Fernando Cunha.

A ideia é que o aeroporto também seja referência no transporte de cargas no interior de São Paulo, tanto que a localização, entre Olímpia e Guapiaçu, e próximo de uma das principais usinas de açúcar e álcool do Brasil, não é coincidência.

“Temos uma diretriz de trabalho de preparar a cidade para os investimentos do setor privado. Então a gente tem repaginado Olímpia, trazendo museus, centros culturais, o próprio recinto do folclore. Além disso, em breve vamos lançar um teleférico em que o turista poderá ir do estacionamento até os parques aquáticos da cidade”, contou o prefeito.

Com o crescimento do principal atrativo turístico do município, a Estância Turística de Olímpia é considerada a segunda maior rede hoteleira do Estado possuindo, atualmente, cerca de 34 mil leitos de hospedagem, sendo 29.277 regularizados e 4.954 em casas de temporada. Levando em consideração os empreendimentos em construção e os novos projetos, a expectativa é de que a cidade ofereça cerca de 40 mil leitos de hospedagem até 2025.

No próximo ano, a previsão é que a cidade receba 3,5 milhões de turistas e 6 milhões em 2024. “Ficamos felizes com o crescimento de Olímpia. A gente recebe proposta de abrir parques em outros locais do Brasil, por conta do que fizemos aqui. Hoje, notamos que parque aquático pode mudar a vida de uma cidade e a construção do aeroporto vai contribuir para isso”, completou Jorge Noronha, diretor do Thermas dos Laranjais.

Futuras atrações

Aeroporto – visa atender a demanda de turistas latino-americanos e brasileiros de outros estados. A previsão é que a prefeitura abra licitação para a construção do aeroporto pela iniciativa privada em 2022

Outlet – um grupo de empresários também está implantando um outlet, que será o primeiro da região noroeste paulista, com 100 lojas e cinema. A área, que fica defronte ao futuro parque ecológico, conta com 120 mil metros quadrados e o investimento estimado é de R$ 120 milhões

Museu de Cera – o Dreams Entertainment Group lançou no mês de dezembro o Museu de Cera e, futuramente, o Bar de Gelo. As obras estão sendo feitas em uma área de 6 mil metros quadrados, na avenida Aurora Forti Neves - principal da cidade

Parque seco – a Prefeitura de Olímpia tenta com a iniciativa privada trazer um parque seco para cidade, como os que já existem em outras partes do mundo, como os de Orlando, nos Estados Unidos, ou do Beto Carrero World, em Santa Catarina

Novo “thermas” – em entrevista ao Diário, os diretores do Thermas dos Laranjais dizem que também estudam a implantação de um novo parque voltado para a natureza, onde o turista poderá imaginar estar em Capitólio (MG) ou Bonito (MS). O projeto deve ser implantado nos próximos meses

Centro de convenções – com o objetivo de fomentar a economia e atrair novos empreendimentos, está sendo pleiteada para a Estância Turística de Olímpia a construção de um Centro de Convenções. A iniciativa visa ampliar a exploração turística da cidade para o âmbito de negócios e eventos para manter a ocupação hoteleira e a economia aquecida

Resorts – outros quatro novos resorts devem ser lançados até 2024, em Olímpia. A meta da prefeitura é nos próximos anos ser a terceira maior rede hoteleira do Brasil, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Fonte: Diário da Região

Site: Imobiliária Rossi